Há algum tempo, não muito distante, falávamos que os “mercados de bairro” ou “mercados de proximidade” estavam ameaçados pelas grandes redes de supermercados, que tinham iniciado investimentos em operações menores, e isso faria este perfil de negócio sucumbir caso não se reinventasse a tempo. Porém, o ano foi 2020, e tudo começou mudar em alta velocidade, hoje vamos explorar este movimento.

Os mercados de proximidade e conveniência se tornaram uma tendência crescente em todo o mundo. Basta ver a quantidade de empórios e conveniências que estão abrindo em regiões urbanas. Esses mercados geralmente têm um tamanho menor do que os supermercados tradicionais e são projetados para atender às necessidades diárias dos consumidores. Eles oferecem uma variedade de produtos, desde alimentos frescos até itens de higiene pessoal e produtos de limpeza.

A principal vantagem dos mercados de proximidade é a “conveniência”. Eles estão localizados em áreas residenciais ou comerciais, o que significa que os consumidores podem facilmente acessá-los a pé ou de carro, geralmente não possuem grandes aglomerações e oferecem o serviço de delivery. Isso economiza tempo, já que não é necessário fazer uma viagem longa até um supermercado maior.

Muitos estabelecimentos compram produtos de fornecedores locais, o que significa que a comida é mais fresca e os produtos são de melhor qualidade. Além disso, muitos desses mercados oferecem opções orgânicas e sustentáveis, o que é uma grande vantagem para os consumidores preocupados com o meio ambiente.

Para aqueles que valorizam as relações humanas, a experiência é mais personalizada do que os supermercados maiores em que o foco é transacional. Os proprietários e funcionários geralmente conhecem os clientes pelo nome e podem oferecer recomendações e dicas de culinária, por exemplo. Isso cria um senso de comunidade e proximidade que é difícil de encontrar em grandes varejistas.

Diferentemente dos Estados Unidos, em que os mercados de proximidade têm sido uma parte integrante da cultura americana há muitos anos, no Brasil ainda são relativamente novos e estão em processo de expansão. Muitos dos mercados de proximidade que existem atualmente estão localizados em áreas urbanas, e há um potencial significativo para expandir para áreas rurais e suburbanas. Além disso, o aumento do interesse dos consumidores por alimentos frescos e sustentáveis pode impulsionar o crescimento desse mercado.

Embora os preços possam ser um pouco mais altos do que em grandes supermercados, os consumidores economizam dinheiro em viagens e em produtos que nunca usam. Além disso, muitos desses mercados oferecem promoções, descontos especiais ou colocam aquele frango para assar aos domingos (todos têm essa memória afetiva), o que os torna ainda mais atraentes para os consumidores.

O potencial no Brasil é tão grande, que grandes redes varejistas estão investindo neste formato já a algum tempo: Carrefour Express, Minuto Pão de Açúcar, Dia, Oxxo (joint venture entre Raízen e Femsa), AmPm e a frustrada iniciativa “Vem Conveniência”, uma joint venture entre a Vibra e a Americanas, que teve o acordo desfeito em função dos problemas de governança da Americanas.

Em resumo, acho que podemos ver os motivos pelos quais a pandemia modificou os hábitos de consumo e o quanto os mercados de proximidade e conveniência se reforçaram como uma opção cada vez mais popular entre aqueles que buscam qualidade, conveniência e um senso de comunidade.

Até a próxima.